quinta-feira, outubro 18, 2007

Comunicação




Gaia de novo... Gaia a sombria, muito longe das promessas benéficas da deusa da terra. Subúrbios cegos, tempo perdido à procura de algo para fazer, banalidades ditas à esquina do café. Isto é gaia... se lhe juntarmos pequenos espaços que nos fazem acreditar no milagre da multiplicação das aldeias, firmemente congregadas à volta das suas convicções e dos acasos geográficos, temos o tecido de que é feita uma certa mentalidade nacional de vistas curtas. Mas essa é outra gaia que desaparece sob o crescimento demográfico e as necessidades de prolongar esse lóbi que é a construção.

Nesta Gaia em que me desloco os prédios guardam com milhares de olhos a estrada... as luzes não aquecem o frio das ruas e eu acelero o passo para me aquecer. Persigo a noite enquanto prossigo. Gostaria de falar com alguém, mas o telémovel está sem dinheiro e não tenho tostão no bolso. Meditava nas impossibilidades da vida moderna quando a vi, cansada e triste debaixo de um fraco néon - Lili Marleen que espera a minha voz.

Esta é a foto da minha silenciosa frustração.

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